Genebra, 02/12/2010- Comentários de uma persistente educadora (68 anos)
Cely Wagner
Estamos realmente despedindo da última etapa de um sistema social planetário falido, fundamentado no consumo. Sem crítica, passou a vez dessa tentativa de um povo viver nesse planeta. Novo sistema social pouco a pouco vem sendo sutilmente construído no corpo mental de um povo que luta para sobreviver num planeta que se desgasta com nossas falhas humanas.
Ei-lo que surge tímido já há alguns anos: o “Sistema Ecológico”
Parabéns por essa iniciativa querida Sumaia. É urgente criarmos modelos educacionais, novos costumes, novas relações, revermos conceitos, em fim colaborar com a nova cultura, fundamentada nos paradigmas de uma visão da Era Ecológica.
Joseph Campbell dizia para mim há 15 anos: - É tempo de ressignificar! Trabalhamos muito nessa direção! Somos batalhadores, colaboradores na direção desse sonho.
Sim devemos auxiliar nesse processo iniciado há muitos anos atrás, onde alguns educadores previam a falta da prontidão da população planetária a fim de viver esse momento de transformação dos diversos “settings” sejam eles: setting educacional, setting terapêutico e agora fala-se em “ambiência”, o novo conceito para se referir ao setting “ambiente natural “ onde defende-se um exercício das atividades humanas coerentes com as necessidades planetárias.
Proponho uma primeira tarefa: - Vamos buscar juntos, significados para a palavra “ambiência”?
Encontrei essa definição nesse momento: - Ambiência seria o espaço arquitetonicamente organizado e animado que constitui um meio físico e, ao mesmo tempo, meio estético ou psicológico, especialmente preparado para o exercício de atividades humanas
Quero esclarecer que utilizo a palavra “setting” há 20 anos, porque não encontrei ainda, em nenhum autor um outro termo em português, que expressasse bem a descrição de um “espaço físico, mental, social psicológico, espiritual “ para desenvolver trabalhos em grupo. Pedi emprestado, certa vez, esse termo”setting” utilizado para os jogos esportivos: “ Não podemos jogar futebol com a bola de basquete. Cada jogo tem suas regras e materiais específicos.” Tem seu setting.
Fica aqui uma pequena colaboração. Continuemos! Precisamos ter coragem de colocar como entendemos, assim podemos nos complementar na construção da nova terminologia da era ecológica. Sempre é tempo de ressignificar!
E como dizia nosso poeta maior (FP) ..”sempre vale a pena se a alma não é pequena!”
Deixo registrado meu abraço fraterno a todos que lutam conscientemente para a formação da visão da Era Ecológica!
Cely Ribeiro Wagner psico pedagoga com formação em sócio-psicodrama numa linha psicológica trans pessoal.
Querida Cely!
ResponderExcluirVamos propor que os participantes desse blog de sua contribuição sobre o que é "ambiência"?
Um abraço
Sumaia Debroi
Olá Sumaia. Eu estava aqui escrevendo e lendo notas, quando vi o sítio do seu blog sobre "ambiência". Interessei-me de prontidão, pois essa expressão me é muito cara no trabalho com a saúde, você bem sabe disso. Nesse campo, ela se refere às possibilidades de relações num determinado espaço e tempo, normalmente um serviço de saúde, a dependerem, as possibilidades, dentre várias outras coisas, da estrutura física do espaço, de sua estética, das pessoas e seus vínculos e dos anseios de cada uma dessas pessoas, configurando-se, pois, como um espaço e um tempo marcado pela diversidade. Por essa característica, falar de ambiência, pressupõe extrapolar os muros dos referidos serviços e as travas de relações socialmente construídas e longamente reproduzidas; como já está claro, pelos escritos deste blog, a "ambiência" é uma expressão que tece uma forma de o homem se relacionar com o seu meio, daí sua direta ligação com o Sistema Ecológico, o qual perpassa todos os campos da atividades humana. Isso já justifica a criação de espaços, como este blog, de discussão.
ResponderExcluirRessalta-se que a ambiência tece uma determinada forma relacional, pois é propositiva, não está apenas interessada em dizer sobre a relação do homem com o meio, afinal, a degradação do meio é uma relaçao, não só possível, mas cotidiana e pode ser, inclusive, poeticamente referida.
A ambiência diz, pois, de uma ética das relações, pautada no coletivo, no democrático, no auto-sustentável, na diversidade; uma ética da importância do disruptivo, de linhas de fuga que nos reaproxima dos detalhes das expressões, dos sentimentos, do respeito, da leveza nas relações.
Voltando à primeira tese, de que a ambiência diz respeito às possibilidades de relações, deixo uma pergunta para suscitar o debate: o que facilita as possibilidades do surgimento ou da manutenção do coletivo, do democrático, do auto-sustentável, da diversidade?
Abraço.
Victor.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBom dia Vitor!
ResponderExcluirSenti, com sua reflexão, um mergulho nas profundezas da ambiência... Bela forma de expressar-se.
Obrigada querido! Você ampliou o debate, considerando a alteridade, que é fundamental para, verdadeiramente olharmos o coletivo, sem amarras e com muito respeito às diferenças.
Podemos lançar sua pergunta, como continuidade para nossa prosa..
Um beijo no seu coração!
Sumaia