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Sacolas Retornáveis

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Artigo do jornal "O Conquistense" - junho de 2011

Olá caros leitores!
O espaço ‘Ambiência’ não foi criado apenas para críticas, também apoiamos os comentários elogiosos, coerentes e verdadeiros, para valorizar quem age de acordo com o ideal sócio  ambiental.
Na edição de maio, deixamos registrada nossa insatisfação com o poder público local, em relação à ponte que une os municípios de Conquista e Sacramento, localizada na Fazenda Santa Maria. Ponte esta que facilita o trânsito de cerca de oitenta famílias da comunidade; dá acesso aos veículos que levam as crianças com necessidades especiais da região, na Casa Assistencial Dr. Bezerra de Menezes;  aos ônibus de Turismo, entre outros beneficiados.  
Hoje, a realidade é outra. A administração do governo municipal de Sacramento, não só iniciou as obras da reconstrução da ponte, mas também adequou a estrada rural que dá acesso à fazenda Santa Maria. Agradecemos ao prefeito Wesley por olhar por nós, em sua gestão.
Vamos conversar um pouco sobre a situação dos nossos jovens? Nos municípios de Sacramento e Conquista há várias entidades filantrópicas, que realizam belos trabalhos em prol das nossas crianças. Temos prêmio internacional de reconhecimento ao cuidado da criança.
Sentimos, porém, que estamos aquém às necessidades e ações que envolvam os jovens acima de 14 anos. Nesta faixa etária surgem interesses diversos que os colocam em risco sócio ambiental, como drogas, sexo inseguro, violência, entre outros.
Ficamos emocionados quando tivemos acesso a um texto de uma jovem, que mora em Sacramento e que participou de um concurso promovido por outro veículo de comunicação muito lido por eles. Seus dois textos estão entre os três primeiros colocados. Tive autorização de publicar um dos textos e divulgar o nome desta jovem. Parabéns Irys pela sua escrita sensível e verdadeira.  Segue abaixo sua dissertação.
Ensurdeça-se.
Ensurdecida ouço suspiros de suplícios, histórias descritas em um bar qualquer, sobre uma mesa onde os suplícios se transformam em lágrimas que caem sobre um copo agora vazio. Estorcida. Ensurdecida. Desvairada. Suplicando-me.
Morbidez... Queria gelar sobre esta mesa. Congelar a lágrima que já se secou antes mesmo de cair sobre o copo agora vazio, pela força terrena que torna tudo no pior, talvez tudo agora seja o pior.
Ensurdecida, enlouquecida ouço berros e suplícios por nada mais que um sorriso; mas este, se sente perdido, pois o mundo não ensurdecido, escuta, mas não ouve.
Gritos vagam por eternidades sobre uma imensidão de átomos, de cosmos, de vácuos, eles vagam... E já ninguém repara, pois este mundo não ensurdecido não consegue mais viver, apenas existem e não sentem o ar que a cada instante passa crianças que por nós, ele se torna impercebível. O ar faz com que vivemos, e mesmo assim, não suplica nada em troca. E este então é invisível, não existe. Tudo o que não vemos, não existe. Minha lágrima agora que caíra sobre este papel, não existe. Você não viu. Você não sentiu.
Você não sente os suplícios de milhares de crianças, porque você não vê... Você não sente. Você não ouve. Não vive.
Prefiro viver em meu mundo ensurdecido, que realmente ouve. Do que viver em um mundo que escuta e não ouve. Prefiro deixar minhas lágrimas caírem sobre este copo, agora não vazio, e sentir. Tudo o que você não sentiu. Beba-se. Coma-se. Seja-se.
Ensurdeça-se!
Irys Düfner Lage,

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