A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
Obrigada Xan (coxi-Xan-do) por nos lembrar essa preciosidade!
Sumaia, uma preciosidade que nos leva a reafirmar uma humildade criativa diante dos saberes e fazeres... Um abraço carinhoso, com ternura e paz: jorge
ResponderExcluirJorge, quando estou tristonha, carrego nas mãos poesias que me encantam. Drummond é um desses brilhantes poetas que me faz voltar a querer lutar!
ResponderExcluirBeijos com saudades
Sumaia